quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Histoire d'O

Teresa tinha apenas uma obsessão para os dias frios de inverno. Assistir filmes com histórias intrigantes e sexuais debaixo de um cobertor. Adorava a sensação dos corpos nus encaixados um no outro. Os pelos fazendo cócegas em seu corpo. Aquela mão passando por sua barriga. E aquela excitação começando a crescer. Tudo isso fazia o filme mais gostoso. O sexo acontecia e as cenas rolavam. O gozo vinha e presos um no outro aguardando o final do filme para deixar a brisa fria roçar nas costas de ambos na ida para o banheiro.

Começava o inverno e seu namorado a havia abandonado. Foi traída. Humilhada. Correra atrás dele durante meses a fio. E nestes meses de batalha tinha se aproximado muito de Vadinho. Um dos melhores amigos de seu ex. A amizade dos dois jamais fora tão próxima. Parecia que existia um muro entre os dois quando namorava o amigo de Vadinho. Descobriu que era pelo respeito que ele tinha por seu amigo. Agora Teresa conhecia quem era Vadinho. A batalha estava praticamente perdida visto que seu ex começara a namorar outra garota. E com Vadinho as conversas sempre tinham um cunho sexual. Não havia desejo aparente. Apenas brincadeiras.

Mas algo estava acontecendo. Uma certa curiosidade estava tomando conta de ambos. E Teresa estava decidida a matar essa curiosidade. Sabia que Vadinho não cederia facilmente. Respeitava a idéia de ex de amigos seus. Ele mesmo não importava muito com isso. Mas ainda existiam caras que acreditavam nisso. Vadinho não se importaria em transar com todas as ex de seus amigos. Só não o fazia por respeito a eles. Se bem que muitas delas eram muito belas e atrativas.

Ocorre que em uma de suas conversas com Teresa citou que iria assistir História de O. Um filme completamente sexual. Conhecido como o filme que consagrara o pornô-soft. Ela logo se auto-convidou. A imaginação de Vadinho logo alçou vôo. A imaginou nua com ele embaixo de um cobertor encaixada entre suas pernas. Preso. Protegido. Teve uma ereção na mesma hora. Mudou de assusto e deixou as coisas correrem. Mas já havia dito o dia que iria assistir.

Teresa viu ao a oportunidade que esperava para sanar sua curiosidade. Mesmo ele não a tendo convidado se preparou para dar o bote fatal. No domingo a tarde bate na porta da casa de Vadinho. Ele atende e os dois vão para a sala. Ele se assustou com a visita. Mas se excitou. Tinha acabado de começar a assistir o filme. Ali já tinha um cobertor. O sofá cama laranja já estava aberto. Tudo ali era propício. O filme exalava sexo. O sofá exalava sexo. Teresa era puro sexo com seu cachecol no pescoço. Vadinho era o próprio sexo manifestado em um ser humano.

O filme voltou a rolar. As intenções eram claras. Teresa havia ganhado um cobertor. Agora dividiam o estreito sofá cama. O contato físico de ambos era presente. Só tinham os cobertores entre eles e o possível encontro de seus corpos. Lentamente foram se encaixando um no outro. Assistindo o filme lado. O cobertor ainda atrapalhava. Instantaneamente ambos ergueram seus cobertores e dividiam um só. Vadinho começava a mostrar sua empolgação masculina crescendo ao se encontrar com as costas e anca de Teresa. As meias foram as primeiras a sumir. Arrancaram uma do outro com seus pés. Seus corpos sabiam claramente como se livrar dos empecilhos.

Os seios de Teresa começaram a sair de sua blusa. Havia ido sem sutiã. Não queria dificultar os toques de Vadinho. Um gemido suave saiu de sua boca no instante em que alcançava as nádegas de Vadinho. Prendeu suas unhas nela. Sentiu então a força rígida que logo a penetraria lhe encostar. Lubrificou. Vadinho fez questão de conferir. Colocando dois dedos levemente entre as pétalas de Teresa viu escorrer em seu dedos o néctar que ele havia provocado. Levou os dedos a boca de Teresa. Ela engoliu seu próprio sabor como se fosse a primeira vez. Ele quis beija-la. Retirar o que restava daquele néctar. Suas língua se fundiam em contorções.

No ápice de excitação as roupas já não estavam mais ali. Se prenderam um no outro. ele levou seu falo para dentro da cona de Teresa que teve uma leve contração. Era o encontro de um furor que a muito estava estancado dentro dela. Os movimentos de Vadinho eram lentos. Queria sentir seu falo ser encoberto pela cona sedosa e quente de Teresa. A cada penetração ambos pareciam morrer. Seus corpos estavam em puro êxtase. Suas carnes tremiam. Seus sexos descarregavam, mas continuavam a se encontrarem e desencontrarem. Gozaram juntos. Gozaram separados. Ficaram juntos durante quase uma hora de filme. Descansaram com a melodia romântica que tocava no fundo da sala. O filme ainda não havia acabado. Mas aqueles corpos estavam esgotados. Sugaram um do outro todo o vigor que um possuía.

Ejetado o DVD. Se despediram com um beijo no rosto. Ela saiu como havia entrado.

Emilíana Torrini - Jungle Drum


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