Deitei sobre seu peito
Coberto por minha camiseta
Preta
Que cheirava a
Dois dias de trabalho
Olhando suas mãos
Com unhas pintadas
De roxo
Que começavam
A descascar
As pontas já perdiam
A cor
E deixava a cor natural
Aparecer
O meu corpo
Se esgotou
Cheirava a minerais e a paixão
O destino havia sido
Bom
Me deu um colo
Para deitar
Um que não havia
Pedido
Mas que agora era
Meu
Várias garrafas na geladeira
Sem sede por álcool
Só quis ficar deitado
Ali
Era a minha casa
Achei um lugar para voltar
De todas as bebedeiras
Do mundo a mais
Pesada
É a do amor por uma
Mulher
Que te abraça e diz “TE AMO”
E você sabe que tem
De voltar
Para os seus braços
Os velhotes da segunda
Geração romântica
Acertaram em
Algumas coisas
Agora com a minha
Mala nas costas
Volto para a terra dos homens
Que amam
Volto para minha casa
Para minha mulher
Para aquela que
Me aceitou
Mesmo sem poder
Dar nada de bom para ela
Só me aceita
E este débito não
Posso pagar...
É uma dívida perpétua
E dívidas como essas
Só se paga com a vida...