domingo, 19 de abril de 2009

Elisa

Deitada na cama Elisa deixa seu corpo pesar sobre o colchão. a levesa que sente não é só a advinda do gozo de uma noite de intenso prazer físico. mas também de um coração que se sente calmo e sem preocupações. um coração possuído pela paixão vibrante que lhe atravessou a alma e de consequência o seu corpo. o pênis de Max não jorrou apenas esperma em seu sexo. jogou para dentro dela a vida que tanto desejava. não um filho. mas a possibilidade de acreditar na felicidade como algo palpável. se encontraram depois de tantas cartas trocadas alguns dias atrás. sempre manteram a diferença inexorável da amizade que fluia entre os dois. a intimidade de conversas inacabáveis sempre tendem transcender a troca de idéias para o enfrentamento de corpos excitados. não fora diferente com esses dois. envolvidos pelas falas e pela intimidade que rodeavam seus corpos caíram um sobre o outro. não havia razão para tal acontecimento. agora estavam ali. Max e Elisa nus trocando carícias vivendo um momento de amor despreocupado se descobriram amantes. um fato que se negavam a ceder. mas o coração já estava entregue e absorvido por essa sensação. nos toques e afagos ela acaricia suas costas brancas e largas enquanto ele dispõe para ela o prazer de gozar e de se sentir entregue a alguém. ela nunca tinha realmente se visto entregue a nenhum homem. seu corpo já fora possuído diversas vezes. essa era a primeira vez que se via realmente nua diante de um homem. teve vergonha de sua nudez. queria se esconder. mas seu corpo pedia o dele. e em um enlace de torpor aceito o fato que agora era realmente dele e não queria mais nenhum homem dentro de si a não ser este que tinha o falo vibrando dentro de suas carnes. sabia que o desejava mais do que ele mesmo a desejava. mas não era uma paixão injusta. e sem mais poder resistir seu corpo começa a verter em mel diante das estocadas de Max. ele sentia como se o corpo de Elisa derretesse por dentro. e a sensação de se saber macho aqueceu sua tocha que queimou de prazer e antes que o corpo dela cedesse o dele caiu em gozo. logo em seguida veio Elisa a cravar suas pequenas unhas em suas costas aceitando o fato de que agora recebera a marca da paixão em seu corpo. essa paz que recebeu e que acalmou seu corpo em cima desta cama somente ao se lembrar de tal acontecimento foi profanada pela melancolia da lembrança de Jorge. um jovem médico que lhe envolveu com os braços gentis da sobriedade para somente usurpar dos prazeres que seu corpo poderia lhe dar. acreditando em tal falácia se deixou levar para seu quarto onde o rapaz gentil e educado se transformou em um pedaço de demônio que a jogou na cama. arrancou sua calcinha. e penetrou em seu sexo. agora ali com aquele corpo pesado se movimentando como um animal sobre si aceitou o momento. mas antes de seu corpo manifestar qualquer arrepio de prazer o cavalo arabe desmontou e gozou. caiu para o lado e parou pesado como um mármore frio. Elisa se resignara. aceitara o egoísmo. pensara no depois. até acreditou que ele não fosse realmente assim. e lhe concedeu o direito da dúvida. já que pelo menos teriam uma noite inteira para passarem juntos. o mármore de se levanta e por ter supostos compromissos a leva embora. usada e agora descartada. mas o seu príncipe alemão apareceu. Max não a via apenas como mulher. via a Elisa que existia ali e se interessava por ela. talvez esse não seja o fim das aventuras sexuais e amorosas de Elisa. mas para ela Max é hoje a única que importa.

Emilíana Torrini - Jungle Drum


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